Shine

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Meu pensamento é grave e pesado.

domingo, 3 de julho de 2011

Felicidade, Liberdade, Prazer e Glória em Freud




Felicidade do latim, Felicitas, é um conceito que nasceu na Grécia Antiga quando o filósofo Tales, julgava que o homem feliz era "quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada." Isso posto, a felicidade é um conceito mundano, é a busca por algo que me satisfaça na relação com o mundo externo.

Ao longo da História da filosofia, estabeleceu-se um relação entre felicidade e prazer; um vínculo intrínseco do homem com o seu corpo e o corpo dos outros. A felicidade é então, uma construção que o homem faz para si em resposta à sua animalidade dada por sua natureza primitiva. É a satisfação dos nossos impulsos, segundo Freud.

Para o filósofo, considerado o Pai da Psicanálise, os homens exigem, esperam e aspiram da vida, a felicidade. É a finalidade da vida humana. Uma aspiração tanto como meta positiva como negativa; ausência de dor e desprazer assim como a sensação intensa de prazer; este último sentido, segundo o filósofo, o significado literal para felicidade. Não há outra finalidade da vida do homem que não seja o programa do princípio do prazer.

O prazer é o indício de um estado ou condição particular de satisfação, diferente, portanto, do conceito tradicional de felicidade, que é um estado duradouro de satisfação total ou quase total.

Para Freud, o Princípio de prazer é um dos dois princípios fundamentais que regem o funcionamento mental e o que nos liberta da dor. Já o segundo princípio, o da realidade, é quando o prazer se dará obedecendo às condições impostas pelo mundo externo. No postulado de Freud, uma felicidade como fenômeno episódico da própria constituição humana que nos limita a uma felicidade dita como plena.

A nossa relação com o mundo abre um caminho para a ameaça a esse estado de alegria e prazer. O nosso corpo angustiante e insatisfeito, cheio de pulsão de vida e de morte, medo e dor, o mundo no qual nós vivemos com suas forças superiores e destrutivas; e por fim, o maior de todos os sofrimentos: a relação com os outros seres. Este é o quadro humano analisado por Freud.

Viver é um desamparo porque o corpo do homem é frágil e fonte social de sofrimento. Sua relação com o outro, a mais danosa, é uma construção fragmentada e dependente. O outro, é a minha necessidade de sedução e realização do meu prazer.

Lutamos numa tarefa para encontrar um equilíbrio às nossas pulsões e assim, proporcionar ao corpo, felicidade. Se pensarmos então, em liberdade, à totalidade do mundo ao qual o homem pertence, não podemos esquecer do grande impacto que a Cultura tem em nossas vidas.

Segundo Freud:
"O desenvolvimento cultural nos parece um processo peculiar experimentado pela humanidade em que muitas coisas nos parece familiares."

Há semelhança entre o processo cultural imposto ao homem e o desenvolvimento da libido do indivíduo, ou seja, quando sublimamos os impulsos, somos castrados pelo desenvolvimento cultural e essa ruptura se dá pelas artes e pela ciência, representando papel fundamental na mídia cultural.

O homem é o Inconsciente e o incosciente é o desejo. Uma das teses fundamentais da psicanálise freudiana é que "os processos psíquicos são em si mesmos, inconscientes e que os processos conscientes são apenas atos isolados, frações de vida psíquica total."  Uma outra tese importante, a 2ª proposição dada por Freud, é que ele afirma "tendências sexuais, em sentido estrito ou amplo da palavra, agem como causas determinantes de doenças nervosas ou psíquicas e que essas emoções sexuais desempenham papel importante nas criações do espírito humano nos corpos da cultura, da arte e da vida social." 
O inconsciente adquire um conteúdo preciso e identifica-se com as tendências sexuais inibidas, negadas ou ocultas. Quando o homem não consegue desenvolver esse processo psíquico de sua libido, na consciência, torna-se um neurótico, isto é, um sujeito que não consegue achar um caminho para a satisfação das suas pulsões.

A respeito da Glória, colocado como parte do título, refiro-me a Descartes que atribui a esse termo um significado puramente mundando, considerando Glória como "uma espécie de Glória fundada no amor que se sente por si mesmo e deriva da impressão da esperança de louvor por parte dos outros."

sábado, 2 de julho de 2011

Felicidade em Santo Agostinho


Para o filósofo Agostinho, a felicidade é a posse de Deus e equivale a viver bem, viver conforme a vontade divina e ter um espírito puro. A felicidade é uma revelação especial de Deus. O homem só é feliz quando está no Caminho da Verdade e conhece a si mesmo segundo a medida de Deus. A verdadeira felicidade é a posse do Bem do mundo espiritual, porque tudo o que há no mundo carnal é passageiro e perdido. É feliz aquele que possui o supremo Bem.
Sobre as dicotomias encontradas nessas questões de dois mundos, um carnal e outro espiritual, o homem feliz possuindo o supremo Bem e o infeliz por não possuí-lo, Agostinho reflete mediante metáforas alimentaes, ou seja, é preciso prover alimento tanto para o corpo como para a alma.