Shine

Shine
Meu pensamento é grave e pesado.

domingo, 3 de julho de 2011

Felicidade, Liberdade, Prazer e Glória em Freud




Felicidade do latim, Felicitas, é um conceito que nasceu na Grécia Antiga quando o filósofo Tales, julgava que o homem feliz era "quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada." Isso posto, a felicidade é um conceito mundano, é a busca por algo que me satisfaça na relação com o mundo externo.

Ao longo da História da filosofia, estabeleceu-se um relação entre felicidade e prazer; um vínculo intrínseco do homem com o seu corpo e o corpo dos outros. A felicidade é então, uma construção que o homem faz para si em resposta à sua animalidade dada por sua natureza primitiva. É a satisfação dos nossos impulsos, segundo Freud.

Para o filósofo, considerado o Pai da Psicanálise, os homens exigem, esperam e aspiram da vida, a felicidade. É a finalidade da vida humana. Uma aspiração tanto como meta positiva como negativa; ausência de dor e desprazer assim como a sensação intensa de prazer; este último sentido, segundo o filósofo, o significado literal para felicidade. Não há outra finalidade da vida do homem que não seja o programa do princípio do prazer.

O prazer é o indício de um estado ou condição particular de satisfação, diferente, portanto, do conceito tradicional de felicidade, que é um estado duradouro de satisfação total ou quase total.

Para Freud, o Princípio de prazer é um dos dois princípios fundamentais que regem o funcionamento mental e o que nos liberta da dor. Já o segundo princípio, o da realidade, é quando o prazer se dará obedecendo às condições impostas pelo mundo externo. No postulado de Freud, uma felicidade como fenômeno episódico da própria constituição humana que nos limita a uma felicidade dita como plena.

A nossa relação com o mundo abre um caminho para a ameaça a esse estado de alegria e prazer. O nosso corpo angustiante e insatisfeito, cheio de pulsão de vida e de morte, medo e dor, o mundo no qual nós vivemos com suas forças superiores e destrutivas; e por fim, o maior de todos os sofrimentos: a relação com os outros seres. Este é o quadro humano analisado por Freud.

Viver é um desamparo porque o corpo do homem é frágil e fonte social de sofrimento. Sua relação com o outro, a mais danosa, é uma construção fragmentada e dependente. O outro, é a minha necessidade de sedução e realização do meu prazer.

Lutamos numa tarefa para encontrar um equilíbrio às nossas pulsões e assim, proporcionar ao corpo, felicidade. Se pensarmos então, em liberdade, à totalidade do mundo ao qual o homem pertence, não podemos esquecer do grande impacto que a Cultura tem em nossas vidas.

Segundo Freud:
"O desenvolvimento cultural nos parece um processo peculiar experimentado pela humanidade em que muitas coisas nos parece familiares."

Há semelhança entre o processo cultural imposto ao homem e o desenvolvimento da libido do indivíduo, ou seja, quando sublimamos os impulsos, somos castrados pelo desenvolvimento cultural e essa ruptura se dá pelas artes e pela ciência, representando papel fundamental na mídia cultural.

O homem é o Inconsciente e o incosciente é o desejo. Uma das teses fundamentais da psicanálise freudiana é que "os processos psíquicos são em si mesmos, inconscientes e que os processos conscientes são apenas atos isolados, frações de vida psíquica total."  Uma outra tese importante, a 2ª proposição dada por Freud, é que ele afirma "tendências sexuais, em sentido estrito ou amplo da palavra, agem como causas determinantes de doenças nervosas ou psíquicas e que essas emoções sexuais desempenham papel importante nas criações do espírito humano nos corpos da cultura, da arte e da vida social." 
O inconsciente adquire um conteúdo preciso e identifica-se com as tendências sexuais inibidas, negadas ou ocultas. Quando o homem não consegue desenvolver esse processo psíquico de sua libido, na consciência, torna-se um neurótico, isto é, um sujeito que não consegue achar um caminho para a satisfação das suas pulsões.

A respeito da Glória, colocado como parte do título, refiro-me a Descartes que atribui a esse termo um significado puramente mundando, considerando Glória como "uma espécie de Glória fundada no amor que se sente por si mesmo e deriva da impressão da esperança de louvor por parte dos outros."

sábado, 2 de julho de 2011

Felicidade em Santo Agostinho


Para o filósofo Agostinho, a felicidade é a posse de Deus e equivale a viver bem, viver conforme a vontade divina e ter um espírito puro. A felicidade é uma revelação especial de Deus. O homem só é feliz quando está no Caminho da Verdade e conhece a si mesmo segundo a medida de Deus. A verdadeira felicidade é a posse do Bem do mundo espiritual, porque tudo o que há no mundo carnal é passageiro e perdido. É feliz aquele que possui o supremo Bem.
Sobre as dicotomias encontradas nessas questões de dois mundos, um carnal e outro espiritual, o homem feliz possuindo o supremo Bem e o infeliz por não possuí-lo, Agostinho reflete mediante metáforas alimentaes, ou seja, é preciso prover alimento tanto para o corpo como para a alma.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Gênesis

Na tradição teológica, a revelação autêntica de Deus ao coração do homem é uma iniciativa exclusivamente divina. Dominamos nossas paixões sem provocar a ira de Deus e solicitamos a intervenção divina em nossos desejos, numa tentativa de sublimar nossos apetites e assim, livrar-nos de culpas e castigos. Forjou-se um Deus antropomórfico, irracional e transcendente. Um Deus que criou todas as coisas do nada, "apenas" com o poder de Sua Palavra, dotando o homem de livre-arbítrio para escolher entre alternativas possíveis.

* Trecho extraído do meu projeto de pesquisa e iniciação cientítica sobre a Felicidade e as Paixões em Espinosa a partir da idéia de um Deus imanente.

Fim?


Eu escalei o ponto mais alto da vida eu superei o maior obstáculo do homem eu vi coisas que nenhum humano sonha um dia ver
Muitos perderam a fé porque o céu sempre lhes mostrou tão pouco eu tive minha fé provada quando o céu  me mostrou além da sua infinitude
Eu busquei a Deus no meu desespero a minha dor é da ordem da existência a minha tristeza é maior que esse vale não há abismo onde eu possa me esconder ou me atirar...
Eu gritei eu disse que O Amo que Acredito Nele
Eu não tive resposta...certamente Deus não tem pena...
Eu amei mais do que o próprio Amor pode amar...porque amei na condição de demasiado humano
Não há mais sentido se é que um dia houve algum sentido pra uma existência tal qual a minha
Não há onde me segurar estou solto num tempo ilógico irreal e desconsertante...
Não há mais o Homem...há apenas fragmentos lançados por toda a parte diluídos na imensidão do vale impossíveis de serem ajuntados novamente...são inúmeros eus perdidos sem mais esperança
Nunca houve esperança eu fui forjado na dor e conheci de perto a morte
E se há um plano de Felicidade para o homem, vindo desse ser transcendental que esses homens chamam de Deus, certamente não faço parte desse projeto tão mágico...
Eu tenho coragem de pular...não é coragem que me falta...é que de nada adiantaria pular...porque não há nada...

domingo, 29 de maio de 2011

Crítica da Razão Prática

A Razão Prática é a liberdade como instauração de normas e fins éticos. Somos sujeitos autônomos e essa autonomia do sujeito é a capacidade de saber o que a moralidade exige de nós, e não funciona como a liberdade de alcançar nossos fins, mas como o poder de um agente para agir segundo regras de conduta universalmente válidas e objetivas, avaliadas apenas pela razão.

Para Kant, a razão tem uma dimensão prática, a da ação, da vida moral. Essa nos permite o conhecimento da sociedade que é determinada pela vontade e pela liberdade dos homens. Na obra, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, diz: "Não basta que atribuamos liberdade à nossa vontade, seja por que razão for, se não tivermos também razão suficiente para a atribuirmos a todos os seres racionais. Pois como a moralidade nos serve de lei somente enquanto somos seres racionais, tem ela que valer também pra todos os seres racionais; e como não pode derivar-se senão da propriedade da liberdade, tem que ser demonstrada a liberdade como propriedade da vontade de todos os seres racionais, e não basta verificá-la por certas supostas experiências da natureza humana (...) mas sim temos que demonstrá-la como pertencente à atividade de seres racionais em geral e dotados de uma vontade. Digo pois: todo ser que não pode agir senão sob a idéia de liberdade é, por isso mesmo, em sentido prático, verdadeiramente livre, quer dizer, para ele valem todas as leis que estão inseparavelmente ligados à liberdade, exatamente como se sua vontade fosse definida como livre em si mesma (...)."

Ter vontade consiste em poder desejar um resultado e ter o objetivo de realizá-lo. Para Kant, a vontade boa é o bem incondicional e intrínseco, independentemente daquilo que "efetua ou realiza" no mundo. É a determinação de agir de acordo com a lei da autonomia (liberdade).

Suicídio na Ética de Espinosa

Se somos perseveração na existência, conatos, positividade, como se explica o suicídio? (para Espinosa)
Uma das teses de Espinosa diz que "somos livres não porque somos dotados de livre-arbítrio para escolher entre alternativas igualmente possíveis, mas por ser uma parte da natureza; uma parte da natureza divina dotada de força interna para pensar e agir."

A liberdade acontece no âmbito do necessário: somos livres não porque escolhemos, mas porque efetivamos o que somos, a nossa potência interna de agir; quando vivo de acordo com a minha essência.

No livro I- Deus, a essência de Deus e a identidade absoluta da essência da existência e potência de Deus são a mesma coisa. Deus é a substância, ser que é causa de si, existe em si e por si, concebido por si e constituído por infinitos atributos. Deus é um fundamento primeiro e supremo, causa sui, não precisa de mais nada além de si mesmo.
Conforme a Definição 1 do Livro I, "Por causa de si compreendo cuja essência envolve a existência, ou seja, aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão como inexistente."

Essa Substância = Deus, é razão de si mesma. Falar dessa Substância é fundamentalmente falar do Ser, Da Natureza, de Deus. Sem Deus nada poderia existir e isso decorre de sua necessidade e essência.

Conforme a Proposição 15 do Livro I, "Tudo o que existe, existe em Deus, e sem Deus, nada pode existir sem ser concebido."
Portanto, se tudo o que existe, é concebido a partir da Substância = Deus, somos modos, expressões dessa Substância. O mundo é uma conseqüência de Deus e tudo o que existe, só existe porque é conseqüência necessária da Substância. A existência do mundo e de todas as coisas que nele há não foi criada por Deus com nenhuma finalidade ou vontade Dele. Deus não cria o mundo por livre-arbítrio, mas por NECESSIDADE. Era necessário que fosse assim, não poderia ser de outro modo. Nada poderia constrangê-LO a agir e criar o mundo como ele é. Entende-se por necessidade, o que só pode ser o que é.

O que Espinosa pretendia era mostrar que o conhecimento da essência divina é a idéia adequada de Deus. Que Ele não é intelecto, vontade e nem age por finalidade. Essa essência é expressa por Deus em infinitos modos ou atributos.

A essência, a existência e a potência são infinitudes da Substância. Os atributos uma vez infinitos, são concebidos em si mesmo; corpo e extensão.

Os modos são finitos e por eles "compreendo as afecções de uma substância, ou seja, aquilo que existe em outra coisa, por meio da qual é também conhecido." (Definição 5 - Livro I).

Se somos então, modos da Substância = Deus, efeitos necessários produzidos pela potência dos atributos divinos, exprimimos de uma maneira definida e determinada, a essência de Deus (Def.1, Livro II), de que nosso corpo é afetado, de muitas maneiras, por corpos exteriores (causas exteriores)(Demonstração da Prop. 14 - Livro II), que nossa mente é capaz de perceber muitas coisas das quais nos afetam; o que move um homem suicidar-se?

Para Espinosa, o que pensamos sobre suicídio, é quando somos vencidos por uma causa exterior.
Na Proposição 20, Livro IV, na Demonstração, o filósofo diz que "a virtude é a potência humana, que é definida exclusivamente pela essência do homem..."

É natural que eu busque conservar em meu ser o que me é útil. Se o faço, sou dotado de virtudes. Se me descuido, não me conservo, sou um ser impotente. Logo, uma causa exterior faria com que eu me descuidasse e deixasse de ser virtuoso; sou coagido por essa causa exterior que afeta o meu corpo e portanto, assumo uma natureza contrária á primeira que existe na minha mente.

Conforme a Proposição 3 - Livro IV, "A força pela qual o homem persevera no existir é limitada e é superada, infinitamente, pela potência das causas exteriores."

Na Proposição 2 do Livro III, parte final do Escólio, Espinosa diz que "...Aqueles, portanto, que julgam que é pela livre decisão da mente que falam, calam, ou fazem qualquer outra coisa, sonham de olhos abertos."
Se eu sei o que quero, não significa que sou livre. Para Espinosa, liberdade não é escolha nem ação para um determinado fim. Eu sou movido por apetites e desejos. O meu corpo é objeto da mente e a minha mente é a idéia do corpo.

"As ações da minha mente provêm exclusivamente das idéias adequadas, enquanto as paixões dependem exclusivamente das idéias inadequadas." (Proposição 3, Livro III).

Se eu tenho uma idéia inadequada, padeço. Sou afetado por algo exterior contrário á minha natureza. E só o que pode me destruir é exatamente essa causa exterior como Espinosa deixa claro na Proposição 4, Livro III: "Nenhuma coisa pode ser destruída senão por uma causa exterior."
Na Proposição 5, Livro III, Espinosa diz: "À medida que uma coisa pode destruir uma outra, elas são de natureza contrária, isto é, elas não podem estar no mesmo sujeito."

Não pode haver no mesmo sujeito algo que pode destruí-lo. Não posso ter na minha essência, positividade e negatividade agindo com as mesmas forças, uma tentando anular a outra. Portanto, uma vez afetado por uma causa exterior e me tornando assim menos virtuoso, com idéias inadequadas, torno-me impotente e padeço.
Uma vez o homem cometendo suicídio, ele está negando a existência do seu corpo que é contrária à sua mente, conforme Proposição 10, Livro III.

Segundo Espinosa, "A mente envolve a existência atual do corpo. Disso se segue que a existência presente da mente e a sua potência de imaginar são eliminadas assim que a mente deixa de afirmar a existência do corpo." (Escólio da Proposição 11, Livro III).
O homem se esforça para se perseverar em seu ser. Daí, Espinosa no Escólio da Proposição 20 do Livro IV afirma que: "Ou, enfim, porque causas exteriores ocultas dispõem sua imaginação e afetam seu corpo de tal maneira que este assume uma segunda natureza, contrária à primeira, natureza cuja idéia não pode existir na mente. Que o homem, entretanto, se esforce, pela necessidade de sua natureza, a não existir ou a adquirir outra forma, é algo tão impossível quanto fazer que alguma coisa se faça do nada..."

Ainda no Livro IV, Escólio da Proposição 18, Espinosa diz: "Finalmente, que aqueles que se suicidam têm o ânimo impotente e estão inteiramente dominados por causas exteriores e contrárias à sua natureza.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O conflito da razão


Meu mundo desabou. O chão das minhas certezas inatas caiu. Os pilares que sustentavam as minhas verdades ruíram, e não sobrou pedra sobre pedra. E sobre os escombros foram também enterrados os meus medos, se não todos, a maioria deles ou os que mais me perturbavam. Agora todas as minhas verdades soterradas nos escombros e lançadas à dúvidas estão sujeitas a revisão. Não há mais um EU, há muitos de mim, muitos EUS diluídos e fragmentados numa história onde o passado será apenas uma remota lembrança, porque ele também foi sepultado quando ruíram as colunas da cidade que me sustentavam. Foi toda uma cidade que caiu, todos os muros derrubados, todas as portas queimadas e tudo o que havia dentro foi deixado para trás. Eu era uma fonte social de sofrimento, o meu corpo era uma frágil felicidade e a pulsão de morte morava em minha mente. Neurótico, paranóico e perverso...um pouco de cada um em mim vai se construindo e desconstruindo, enquanto eu abro as cortinas para um novo espetáculo do belo que eu possuo, porque sou sujeito da minha própria satisfação.
Não restou nada...mas ainda há algo de inescapável em mim...algo que continua...mais forte que aqueles pilares que estão no chão.



(Texto dedicado ao meu irmão Marcus Vinícius)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Orgânica Música

Na Filosofia, numa das definições fundamentais sobre a música, ela é a revelação de uma realidade privilegiada  e divina ao homem. Uma revelação assumindo a forma de conhecimento e de sentimento. É uma consideração metafísica se pensarmos na música como objeto revelador de uma realidade suprema. O objeto da música é a Harmonia;  uma caracteristica divina do Universo e também a música como objeto cósmico, ou seja, Deus. A música portanto, é,  a harmonia da divindiade do Cosmos se revelando na forma de sentimento!

domingo, 17 de abril de 2011

Devaneios

Minha existência é um simples conceito de uma coisa. É finita, é um ser-aí da minha existência própria e ao mesmo tempo diluída. Eu sou um construto de coisas abstratas que insistem em se auto-afirmar numa busca cansativa por um sentido que me faça produzir mais do que idéias e imaginações...e todas as minhas fantasias fetiches e desejos são frutos de uma construção teórica e metafísica pressupondo assim, meu vago entendimento das coisas práticas da vida...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Teatro - A arte da resistência

Instantes...
...no espelho o reflexo de uma nova alma a espera dos risos das lágrimas do som das palmas dos corações acelerados das vozes que não calam...
...bravo, bravo, bravo...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Fetiche

Uma noite quente, o vinho que já nos embriagava e minha boca que procurava a tua com sede dos teus beijos...o corpo todo ardia por dentro a camisa rasgada com a fúria dos braços desconcertantes na ânsia por tua nudez...minha língua descobria teu corpo e ríamos muito com a nossa respiração ofegante...
Eu dormi nos teus braços e pela manhã minha mão ágil procurou tua pele...a cama estava vazia...havia apenas um bilhete sob os lençóis denunciando tua partida.


Você foi embora sem dizer adeus e levou o que eu tinha de mais concreto...teu abstrato amor.

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Amizade

A Amizade numa interpretação literal e de senso comum diz respeito  a comunhão entre duas ou mais pessoas ligadas por atitudes concordantes e por afetos positivos. Na Grécia Antiga, a amizade era vista como algo divino, algo a ser alcançado pelos homens e que já pressupunha a Felicidade. Aristóteles trouxe ao termo, um significado muito mais amplo e elaborado do o primeiro. Nos livros VIII e IX de Ética a Nicômaco, segundo o filósofo, a Amizade é uma virtude ou está estreitamente unida à virtude: de qualquer forma, é o que há de mais necessário à vida, uma vez que os bens oferecidos pela vida, como riqueza, poder etc, não podem ser conservados nem usados sem os amigos. A amizade é uma comunhão no sentido de que o amigo se comporta em relação ao amigo como em relação a si mesmo. É uma relação firmada no bem, é estável e firme e portanto a verdadeira amizade. Com o advento do cristianismo, o conceito de amizade alça um novo vôo e o conceito de amizade dentro de uma amplitude maior passa a ser o do amor.

Uma outra concepção de amizade que me apetece, é a de Espinosa. Adoramos quem admiramos, e por isso amamos. Essa adoração vem da novidade que é a coisa que amamos. O afeto de adoração, postulado pelo filósofo reduz-se facilmente, ao simples amor.
Essa é uma das muitas concepções da Amizade, portanto, uma questão ainda em aberto...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sobre o Desejo

Eu te esperei a noite toda...eu deixei tudo pronto...o champanhe, a rosa vermelha, já que as rosas brancas murcharam no caminho...deixei uma carta de amor debaixo do teu travesseiro...esperei a noite toda...meu corpo quente desejando o teu...minha boca desejando a tua...e meu coração despedaçado com tua ausência...



Segundo Espinosa, na sua obra Ética, parte III, onde ele trada Da Origem e Natureza dos Afetos, o Desejo é uma "Tristeza ligada à falta da coisa que amamos". Esse é um dos significados que perdura na história da Filosofia. O filósofo elabora uma ciência das paixões pelo método demonstrativo, onde mostra as causas de todas as paixões humanas e de como somos afetados por elas. As paixões para ele não são perturbadoras, mas naturais à mente e ao corpo dos homens.
Essa tristeza, da falta da coisa que amamos, nada mais é do que uma passagem  de estados que ele chama de estado de perfeição maior, a Alegria, e estado de perfeição menor, a Tristeza.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Algumas idéias

Submerso no silêncio...um vazio que incomoda...minha imaginação ou produz conhecimento ou me coloca numa idéia inadequada, porém necessária para que minha razão dê o grande salto rumo ao 3º gênero de conhecimento: a intuição. Entre o Ser, o Nada, o Não-ser, o Ser-aí...sou somente um sujeito que anseia por LIBERDADE , PRAZER E GLÓRIA.


(FOTO CEDIDA GENTILMENTE. REPRODUÇÃO PROIBIDA, SUJEITA À PENAS PREVISTAS EM LEI)

domingo, 3 de abril de 2011

Experiência Estética

Toda observação ou experiência em obra de arte, é uma experiência de um sujeito que tem uma certa perspectiva. Não há neutralidade na experiência estética. Nenhuma crítica esgota a obra de arte. Quanto mais ela se abre a possíveis interpretações, ela é mais arte,  reconhecida por sua densidade. A obra de arte supera sempre a sua interpretação.

Sobre o blog

As minhas investigações filosóficas estão focadas na questão do AMOR, portanto, as citações e notas sobre o assunto são estritamente pessoais e experienciais. No entanto, não deixarei de trazer outras investigações nos mais diversos sistemas filosóficos existentes; conteúdo suficientemente substancial para comentários, análises e reflexões dos leitores. Sejam todos bem-vindo.


Amar ou fugir. Embora não fosse uma questão de escolha, fugir implicava me esconder, usar máscaras, fingir ser outra pessoa, mentir pra mim mesmo. Te amar implicava encarar tudo o que era novo até agora e entender que não haveria condenação sobre mim, e mesmo que me acusem, só poderão fazê-lo por eu amar tanto. Eu serei acusado de amor! Mas ninguém ama tanto impunemente. Eu sabia dos riscos que eu correria por isso entre viver uma vida de mentiras e pular num abismo do desconhecido, eu pulei. E descobri um mundo novo, onde o AMOR cura as minhas feridas mais profundas e onde você se torna a peça fundamental de um processo de auto-reconhecimento e revelação. Eu sabia que sentiria falta, que sentiria ausência e que morreria de amor e de saudades. Mas ainda assim, prefiro morrer de amor e de saudades a passar por essa vida sem sentir nada...TE AMO

sábado, 2 de abril de 2011

Determinismo x Liberdade em Espinosa

Problema: Se tudo o que existe no mundo é absolutamente necessário e determinado e que não poderia ser de outro modo, como podemos falar em Liberdade num contexto de uma Ontologia do Necessário?

Entre as muitas teses de Espinosa na Ética, ele afirma que "o homem é livre não porque seria dotado de livre-arbítrio para escolher entre alternativas possíveis, mas por ser uma parte da natureza. Uma parte da Natureza divina dotada de força interna para pensar e agir."


Entendemos por Determinismo, a Doutrina segundo a qual tudo que acontece tem uma causa. Para qualquer acontecimento, existe um estado anterior relacionado a ele de tal maneira que não poderia (sem violar uma lei da natureza) existir, sem que existisse o acontecimento. Assim, a minha ação e a minha escolha são determinadas por algum estado anterior e pelas leis da natureza.

Conforme a Proposição 29 (Ética I), Nada existe, na natureza das coisas, que seja contingente; em vez disso, tudo é determinado, pela necessidade da natureza divina, a existir e a operar de uma maneira definida.
 
Considerando a Proposição acima citada, somos modos de expressão da Substância, Deus (Natureza) e, portanto determinados a operar de uma maneira definida. Nada existe que seja contingente.

A liberdade acontece no âmbito do necessário: somos livres não porque escolhemos, mas porque efetivamos o que somos, a nossa potência interna de agir, quando vivo de acordo com a minha essência. Se eu sei o que quero, não significa que sou livre. Como ele diz na Proposição 32 (Ética I), "A vontade não pode ser chamada causa livre, mas unicamente necessária."


Essa vontade requer uma determinação para existir e operar, ela é unicamente necessária ou coagida. Essa vontade opera por outra causa e essa por outra e assim por diante, até o infinito. O ser é livre quando pela necessidade interna de sua essência e potência nele se identificam na maneira de ser, existir e agir, portanto não sou coagido por causas externas. Como não temos livre-arbítrio, porque somos já dotados de uma natureza particular, essa liberdade não consiste em fazer uma coisa ou outra, passear pelo campo das alternativas possíveis, tão pouco existe na ausência de determinação do sujeito; pois se "tudo o que existe, existe ou em si mesmo ou em outra coisa" (Axioma 1- Etica I) e é absolutamente necessário que isso aconteça, então, não há lugar para a liberdade.
 
Isso posto, a Liberdade na Ética de Espinosa é, uma manifestação espontânea e necessária da essência da substância (no caso de Deus) e de potência interna da essência dos modos finitos, que ele designa como conatos (potência natural de auto-conservação). Para o filósofo, liberdade não são escolha nem ação para um determinado fim porque sou movido por apetites e desejos. Também afirma que o ser humano é mais livre na companhia dos outros do que na solidão e que "somente os seres humanos livres são gratos e reconhecidos uns com os outros", porque os sujeitos livres são aqueles que "nunca agem com fraude, mas sempre de boa-fé."


Portanto, Espinosa conclui postulando que "a liberdade acontece no âmbito do necessário: somos livres não porque escolhemos, mas porque efetivamos o que somos, a nossa potência interna de agir; quando vivo de acordo com a minha essência."


Abraão Tekiah

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Filosofia

Filosofia, do grego., amor ao conhecimento ou à sabedoria. O estudo das características mais gerais e abstratas do mundo, e das categorias com que pensamos: mente, matéria, razão, demonstração e verdade.
A filosofia trabalha no pensamento coletivo e se realiza na tarefa, no movimento em direção ao infinito. Essa realização se dá pelo fato histórico de cada época.
Nem as perspectivas individuais e nenhuma linha de pensamento podem ser absolutizadas como verdades e outorgadas como Filosofia.